Compreende-se por fases de uma análise o conjunto de transformações psíquicas que são esperadas que um paciente viva a cada etapa do processo analítico.
Embora estime-se o tempo médio de cada fase, ele varia de pessoa para pessoa a depender de fatores como: constituição mais ou menos saudável da pessoa, nível de entrega ao tratamento, frequência semanal de sessões, a idade do paciente e ele ter feito ou não outras terapias.
Grosso modo, divide-se as fases de uma análise em quatro:
Fase da desconfiança
Nesta fase, que pode durar de algumas semanas a alguns anos, o paciente vê o analista com desconfiança e temor, tal como a criancinha de colo sente em relação ao estranho. Ressalta-se que quando a desconfiança, a inveja e a perscutoriedade são muito intensas, o paciente tende a romper com a análise logo no início, não adentrando as outras fases.
Algumas das principais fantasias persecutórias a serem superadas pelo paciente nesta fase são a de que o analista pretende torná-lo afetivamente dependente para depois controlá-lo e abusar dele e a de que o analista só o atende por dinheiro e que, portanto, irá mantê-lo doente para lucrar às suas custas.
Fase do apego
Nesta fase, que compõem a maior parte do processo da análise, o paciente começa a perceber que pode confiar no analista dada sua correição de caráter, firmeza, estabilidade e bom-senso, que ele aprendeu a conhecer ao longo do tempo.
Esta é a fase mais árdua, importante e, portanto, longa do processo porque os traumatismos e deformações do ego sofridos na infância do paciente deverão ser reinvocados, um a um, pelo analista para, finalmente, serem corrigidos e elaborados por meio da transferência. Processo que dará a impressão muitas vezes de uma piora, embora faça parte do processo de cura.
Estima-se que esta fase não possa ser percorrida em menos de quatro ou cinco anos, podendo chegar à nove ou dez.
Fase da autonomia
Nesta fase, muito trabalho já foi feito no sentido de o paciente compreender o que se passou com ele quando esteve doente. Superação que ele vê ora com alívio, ora com menosprezo pelo sofrimento passado.
De todo modo, é nesta fase que o paciente começa a observar em si os ganhos efetivos da análise, na medida em que sua forma de sentir e se comportar alteram-se radical e drasticamente.
Além disso, começa a ser capaz de compreender algumas coisas de si mesmo sem contar mais tanto com o auxílio direto do analista.
Os objetivos principais desta fase, que pode durar alguns anos, são ajudar a paciente a se apropriar de suas conquistas internas sem menosprezar as correntes destrutivas que o habitam, e ajudá-lo a não encerrar prematuramente sua análise, evitando a temida dor da separação.
Fase da separação
Esta fase tem início com a manifestação do paciente acerca de seu desejo de terminar sua análise, decisão com a qual o analista concorda.
Deste comum acordo, culmina a estipulação de uma data para o término dos encontros, sugerindo-se que esta data não seja nem muito próxima, nem muito distante.
No primeiro caso isso significaria a evitação do paciente em viver a dor da separação e no segundo, um prologamento indefinido, por medo ou tristeza, do fatídico adeus.
Esta é uma fase muito dolorida tanto para o paciente quanto para o analista, mas também de alegria para ambos: dolorida porque deixarão de se encontrar e alegre por sentirem que cumpriram bem o que se propuseram a fazer.
Os objetivos principais desta fase consistem em o analista ajudar o paciente a sustentar sua decisão de partir e ajudá-lo a se conscientizar dos sentimentos ambiguos (tristeza, raiva, dor, arrependimento, dúvida, medo, alegria, gratidão, saudade, etc) que uma separação como esta provoca.
Análise em capítulos
Ressalta-se que alguns pacientes não se adaptam à análise standard e só conseguem realizá-la indo e voltando várias vezes, o que se designa na teoria por análise em capítulos.
Considerações finais
A análise é um processo complexo e bastante individual.
Dividi-la em fases como fizemos aqui é só um modo esquemático de oferecer alguns parâmetros para que a pessoa em análise se situe no processo e os interessados em começá-la saibam mais ou menos o que esperar dela.
O paciente que não se preocupa em demasia com o tempo e confia que estará em análise o tempo que necessitar oferece, nesse aspecto, as condições ideais de trabalho ao seu analista.
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